“Ele estava deitado no sofá, estava frio. Ela estava no computador.
— Gordinha.
— Oi?
Ele começa a rir. — Nem falei que era você, mas você respondeu. Você não é gordinha.
— Sou sim, Lucas.
— Você é gordona, amor.
— Idiota, magoou.
— Sério? Vem prá cá, deita aqui no chão.
Ela se vira. — Um namorado normal chamaria a namorada para deitar no sofá, mas você me chama pra eu deitar no chão frio. — Ela ri.
— Amor, o sofá é pequeno, não cabe eu e você. Você tá gordinha.
— Para Lucas, vou chorar. — Ela joga um travesseiro nele.
— Gorda.
— Para.
— Gordinha.
— Idiota, para.
— Gordona.
— Cala a boca, Lucas.
— Minha gostosa.
— Não quis dizer gorda?
— Não, quis dizer gostosa mesmo.
— Entendi.
Eles ficam em silêncio.
— Babi.
— Oi, obeso. — Ela ri.
— Ah é? Esquece o que eu ia dizer mesmo.
— Para amor, diz.
— Eu não, tô magoado.
— Eu também.
Eles voltam a ficar em silêncio.
— Babi.
— Oi, Luc.
— Vem deitar aqui, amor.
— Eu não, você disse que não cabe eu e você nele.
— Eu sei, e não cabe.
— Então pra quê quer que eu vá?
— É bom ficar agarradinho, coladinho, pertinho de você.
— Por eu ter o que apertar?
— Não, por eu sentir que tenho o meu mundo envolvindo em meus braços.
Ela sorri. — Mesmo?
— Mesmo, e você também tem cheirinho bom.
— Sabia, o romantismo acabou.
— Vai vir ou não? — Ele ri.
— Só se me chamar de amor e dizer que me ama.
— Amor, eu te amo. — Ele para. — Vem logo, gordinha.
Ela sorri e vai em direção ao sofá.”
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